Diante da escassez de chuvas no Rio Grande do Sul, o Sistema Ocergs, juntamente com a Fecoagro/RS, está atento e preocupado com os impactos causados mais uma vez ao setor cooperativo e produtivo do Estado em decorrência da estiagem. Em ofício encaminhado à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e aos ministérios da Agricultura e Pecuária e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, a entidade reafirma a necessidade de ações e medidas para mitigar os prejuízos causados pela seca.
“A situação tem piorado, uma vez que as chuvas não retornam e as precipitações são irregulares e localizadas. São 335 mil produtores associados às nossas 121 cooperativas ligadas ao Sistema Ocergs e à Fecoagro/RS que estão angustiados com a situação, na medida em que os danos desta estiagem se somam aos prejuízos já de outras safras, causados também pela falta de chuva. Contamos com o apoio da OCB para encaminhar nossas demandas ao governo federal, visando mitigar os prejuízos ao setor produtivo gaúcho”, destaca o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann.
Na safra passada, entre 2021 e 2022, o Rio Grande do Sul projetava colher uma safra de verão superior a 35 milhões de toneladas. A estimativa não se confirmou – e a colheita foi de apenas 19,8 milhões, o que significa perdas de 45% em volume de produção. Na atual safra, o problema se repete – 265 gaúchos já decretaram situação de emergência. O que mais preocupa os produtores rurais é a lavoura do milho e da soja, extremamente penalizadas pela seca. A Ocergs estima perda média de pelo menos 50% no potencial produtivo da cultura de milho e de quase 20% na cultura de soja.
Entre as demandas elencadas pela entidade, estão a prorrogação das operações de custeio e investimentos vencidos e vincendos a partir de 1º de janeiro a 31 de julho de 2023, a abertura de linha de crédito emergencial para reestruturação produtiva dos produtores e das cooperativas, nas mesmas condições do Plano Safra atual e fortalecer dotação de recursos para as culturas de inverno safra 2023 e o fortalecimento e apoio às cooperativas e demais organizações que prestam serviços de assistência técnica aos produtores com programas de incentivos fiscais via políticas públicas.
O Sistema Ocergs vem realizando uma série de ações para preparar seus associados e reduzir os danos. A entidade está ampliando o programa de educação e de profissionalização com o desenvolvimento do cooperativismo gaúcho. Com base no Plano Gaúcho de Cooperativismo – RSCOOP150, o sistema planeja investir R$ 300 milhões na capacitação de cerca de 400 mil pessoas nos próximos cinco anos.
Confira todas as demandas do Sistema Ocergs e da Fecoagro/RS compiladas no ofício:
- Prorrogação das operações de custeio e investimentos vencidos e vincendos a partir de 1º de janeiro a 31 de julho de 2023;
- Abertura de linha de crédito emergencial para reestruturação produtiva dos produtores e suas cooperativas, nas mesmas condições do atual Plano Safra atual e fortalecer dotação de recursos para as culturas de inverno safra 2023;
- Liberação de oferta de milho via Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para produtores de proteína animal (leite, aves e suínos) para venda em balcão para alimentação de animais
- Criação de programa estruturante e permanente de irrigação
- Alteração da legislação em relação à reserva de água destinada para uso na irrigação
- Fortalecimento e apoio às cooperativas e demais organizações que prestam serviços de assistência técnica aos produtores com programas de incentivos fiscais via políticas públicas
- Fortalecer e incentivar com programas para a geração de energia forte no campo por meio das cooperativas de infraestrutura para irrigação no campo.
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